20.11.09

Ponto de máximo

Acabei de fazer uma descoberta. Tem um ponto de máximo exatamente onde eu sento para estudar, na minha mesa de estudos, no meu quarto, e é por isso que a porcaria do vizinho incomoda tanto. Na verdade, em qualquer ponto você vai encontrar um ponto de máximo vindo de algum lugar, de alguma casa, seja ela silenciosa ou não. E, exatamente onde eu sento, tem o que vem do quarto desse infeliz. Realmente, esse cara berra, e, se não me engano de que apartamento ele mora, são todos os moradores completamente sem educação, seja a mãe, filhos pequenos, ou filho mais velho (supondo-se que esse sujeito seja o filho mais velho). Acho que vou começar a jogar objetos pesados na janela dele para ele mudar de quarto. Ou, quem sabe, jogar objetos pesados em todas as janelas; pode ser que, assim, eles mudem daqui. Ou então, tacar um tijolo na cabeça dele mesmo, acho que é até mais simples (eu até pensei em usar o meu violino - ao invés do tijolo -, mas, sinceramente, acho o tijolo mais adequado. Ele não merece tal honra; lembrando que cabe a mim a eventual destruição do violino, e a vítima deve se sentir completamente honrada e prestigiada.)

Bem, fechei minha janela de modo a bloquear parcialmente as ondas sonoras emitidas por esse cara, seus amigos e sua caixa de som - sempre palavrões, música alta e ruim repetidas vezes, risaiadas insuportáveis, gritaria, escândalos, cantorias desafinadas acompanhando a musica alta e ruim repetidas vezes - me deixando concentrar um pouco melhor; aliás, me deixando fazer qualquer coisa um pouco melhor.

É, acho que o pobre coitado nem estudar não estuda, pra ficar escutando aquele barulho que chama de música todos os dias até onze e meia da noite.

Dá até vontade de gritar pela janela: "a educação ficou em casa?"; ah é, mas eu esqueci. Ele está em casa.