Ele perguntou amargamente, e ela respondeu ríspida
e apaixonada, mas o vento levou suas palavras. E, sempre que ela respondia
alguma palavra, o vento batia e a levava pra bem distante. E, assim, ela amava,
mas não conseguia comunicar. Assim viveram, por anos e anos, o vento batendo e
levando as palavras desesperadas dela. O coração dele continuava duro como
pedra.
Em algum lugar, longe, longe, um poeta solitário recebia palavras de
amor, trazidas pelo vento. Escrevia-as com caneta-tinteiro num guardanapo meio sujo de café, para tentar apaziguar seu pranto da solidão.
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